quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Competições com Ritmo

A propósito do encontro realizado entre Rio Ave e Sporting de Braga, ouvi um comentário relativo à carga competitiva a que alguns clubes portugueses estão sujeitos neste momento, o que despertou o meu interesse para esta temática.
É comum no nosso futebol ouvirem-se frequentemente queixas sobre este assunto. Sempre que se aproxima uma jornada europeia ou da Taça, intercalada com desafios do campeonato nacional, fala-se sobre o cansaço dos jogadores, a falta de tempo para recuperarem, a desvantagem face ao adversário que dispõem de um calendário mais leve… Todas questões de facto dignas de serem apresentadas, mas sobre as quais é necessário parar um pouco para reflectir e perceber se têm razão de ser.
Note-se que estamos a falar de equipas profissionais, de jogadores que fazem do futebol a sua vida a tempo inteiro e que lutam por atingir bons resultados não só a nível nacional, mas também internacional.
Contudo, os nossos “profissionais” quando defrontam equipas estrangeiras revelam dificuldades em acompanhar o ritmo de jogo imposto pelo adversário. Estas dificuldades, essencialmente físicas, devem-se ao baixo ritmo competitivo a que nos habituamos desde sempre em Portugal! Um ritmo que nos atrasa, tornando as nossas equipas menos competitivas!
Em Inglaterra, por exemplo, um dos países onde a carga competitiva é mais elevada, os jogadores realizam uma quantidade de jogos por semana muito superior à das nossas equipas e, ainda assim, conseguem obter resultados muito favoráveis a nível internacional. Recordo, por exemplo, a final da Liga dos Campeões da época passada realizada entre duas equipas inglesas, Chelsea e Manchester United. Este facto permite concluir que os jogadores conseguem aguentar elevados ritmos de jogo sem serem prejudicados, e realça a importância de uma boa condição física.
É certo que é importante recuperar os jogadores e dar-lhes tempo para descansar. No entanto, a maioria dos plantéis são constituídos por mais de 20 jogadores havendo, portanto, margem de manobra para fazer face às dificuldades físicas, quando estas se revelam graves (rotatividade).
É pois tempo de nos pararmos de queixar das nossas limitações! Aquilo que é preciso fazer é procurar melhorar a forma e a condição física dos nossos jogadores. Colocá-los ao nível europeu! Mesmo o melhor jogador do mundo só pode demonstrar o seu valor se conseguir competir! Está na hora de lutar por um campeonato com menos interrupções e mais “vivo”, para que possamos ter uma palavra mais forte no que toca ao panorama futebolístico internacional!

1 comentário:

Miguel Barros disse...

Excelente reflexão Alexandra (permita-me que a trate assim...). Agora tocou numa das muitas feridas do nosso futebol...

Ontem ao ver o discurso do treinador do Braga na flash interview após a derrota em Vila do Conde pensei nsito mesmo: em como esta gente está mal habituada.

Foi o discurso do coitadinho, de que os meninos estavam cansados por terem tido um jogo para o campeonato na 2ª feira e não se quê não sei que mais... no fundo a querer dizer que é uma vergonha jgoar de dois em dois dias praticamente.

E agora digo eu: vergonha são mentes como as dele. Este senhor, e outros tantos como ele, não olham para o exemplo inglês onde os clubes fazem 2 e 3 jogos por semana a sempre a um ALTO nível???

Como é que a competitividade do nosso futebol há-de melhorar com mentalidades como esta? Queixam-se da carga de jogos da Taça da Liga,queixam-se da carga de jogos da Taça de Portugal, queixam-se das selecções, queixam-se de tudo.
Se calhar seria melhor porem o campeonato de 15 em 15 dias para os meninos não se queixarem tanto.

Pah, sejam profissionais. E não digam que os ingleses bem podem jogar 3 vezes por semana pois ganham 10 ou 15 vezes mais que os nossos jogadores, isso não é desculpa para se andarem a arrastar dentro de campo nestes jogos da Taça da liga e Taça de Portugal. Eu na minha profissão também tenho colegas a ganhar mais do que eu e não é por isso que deixo de dar o litro.

Pah, deixem-se de marquices, passo a expressão, e joguem à bola, são pagos (e bem pagos em muitos casos) para isso.

Bom texto Alexandra

Abraço à equipa da Futebolista